Investimento em ações: Um dos caminhos para a liberdade financeira

Gosto de definir uma ação como sendo a menor fração pertencente a uma empresa. Com base nesse pensamento, investir em ações é adquirir uma parte de uma empresa ou negócio existente e participar da geração de riqueza e lucros. Não se trata de uma "aposta" ou "cassino" como alguns dizem, mas sim um investimento legítimo em um negócio.
E como faço isso? Inicialmente, para comprar uma ação é preciso entender que se trata de uma empresa de capital aberto - ou seja - uma parte do seu capital social está listada, disponível na bolsa de valores para compra por qualquer pessoa. No Brasil, isso ocorre pela B3.
Para comprar ações é preciso fazer um cadastro, uma conta, em uma corretora de valores credenciada pela CVM, órgão responsável pela regulamentação do mercado financeiro brasileiro. Uma vez aberta essa conta, basta transferir o dinheiro que se pretende investir e procurar pelo código da ação listada. Cada ação ou ativo financeiro é identificado por um código, um ticker, para poder ser negociado. Uma exemplo, as ações do Banco do Brasil, que são negociadas por meio do ticker BBAS3. As ações são representadas por meio de ações ordinárias e ações preferenciais. Em alguns casos por UNITs, que são compostas pela união das ordinárias e preferenciais. Basicamente, a diferença entre as ações ordinários e preferenciais é que as primeiras, além de participação nos lucros, dão ao acionista direito a voto nas assembleias, quanto as preferenciais dão direito a preferência no recebimento de dividendos.
As negociações ocorrem por meio de um pregão de preços, onde de um lado estão os compradores e do outro os vendedores. Quando um valor lançado pela ordem de compra e de venda coincidem, o negócio é concretizado. Essa flutuação nos preços acaba deixando o ativo com variação em seu valor, daí a nomenclatura de renda variável. Resumindo, a aquisição ou venda de um ativo se dá por meio de ordem de compra e ordem de venda, respectivamente. Uma vez executada essa ordem, no caso de compra, a pessoa passa a deter aquele ativo, integrando assim a sua carteira de investimentos.
As ações podem ser compradas em lotes (100 unidades) ou em frações (1 a 99). No caso da fração, o ativo terá a letra "f" ao fim. Por exemplo, B B A S 3 F. Quando se adquire uma ação, o investidor passa a ter certos tipos de direitos, como exemplo, o direito ao recebimento dos lucros apurados pela empresa, que recebe o nome de proventos. Esses podem ser compreendidos como dividendos ou JCP, juros sobre capital próprio. Os proventos não são os únicos meios de retorno ao acionista, pois tem-se ainda o ganho de capital, que consiste na valorização do preço da ação, programa de recompra de ações e bonificações em ações.
Como mencionado, vamos focar na questão do ganho de capital e pagamento de proventos, por serem os mais comuns. Quando uma empresa cresce, expandindo suas operações e aumentando os seus lucros, normalmente o preço da ação segue esse crescimento. Daí se diz que cotações seguem resultados! Quando sobe o preço de uma ação, a empresa se valoriza, então o investidor tem um "ganho de capital", um aumento patrimonial do valor investido. E com a empresa aumentando os seus lucros, a consequência lógica é o aumento na distribuição dos proventos. Com isso, a rentabilidade do investidor cresce ainda mais! Essa é a lógica por trás do investimento em ações.
Sendo uma boa empresa, esse binômio ocorre com frequência e isso confere ao investidor certa tranquilidade e segurança no investimento em renda variável, fazendo que a rentabilidade possa ser superior à da renda fixa. Mas isso ocorre no longo prazo ou seja no decorrer dos anos até décadas.
No curto prazo, o mercado financeiro é ilógico e irracional refletindo basicamente fatores emocionais como pânico, medo, incertezas, euforia etc, e não técnicos ligados aos fundamentos de uma empresa. No curto prazo até mesmo boas empresas podem sofrer com volatilidade e quedas repentinas mas ao longo prazo tende a recuperar e crescer. Fatores econômicos micro (âmbito local) e macro (âmbito global) também causam turbulências no mercado financeiro.
O investidor que aplica nesse tipo de investimento precisa praticar antifragilidade e não se prender aos ruídos de curto prazo pois se a empresa escolhida para investimento tem bons fundamentos, balanços financeiros sólidos e crescimento recorrente dos lucros, essas quedas não são motivos para pânico, muito pelo contrário, são janelas para novas compras e aumentar ainda mais a base acionária. O racional por trás disso é simples, pois estão conectados aos proventos a serem pagos!
Como já mencionado, os proventos (dividendos ou JCP) não são pagos pelo valor aplicado, mas sim pela base acionária que o investidor possui. Vale ressaltar que isso é determinado pela quantidade de ações que o acionista possui na data de anúncio, conhecida como data-com. Por exemplo, se a empresa "A" vai pagar 1 real de dividendos por ação e o investidor possui 10.000 ações, ele receberá o equivalente a R$ 10.000,00. 10.000 vezes R$1,00 = R$ 10.000,00. Por isso, o preço da ação importa!
Assim, quando uma boa empresa tem queda nos valores de suas ações, surgem oportunidades para compra, se ela não houve perda de fundamentos, e não para venda. Os momentos de comprar é na baixa e não na alta. Como diz grande investidor Warren Buffet, "compre aos sons dos canhões e venda aos sons dos violinos". Se uma ação custa R$ 10,00 e por motivos de "loucura do Sr. Mercado" ela cai para R$ 8,00 ou R$ 7,00, com o mesmo valor a ser investido o investidor compra mais ações. Por exemplo: R$ 10.000,00 comprando a R$ 10,00 resulta em 1.000 ações. R$ 10.000,00 comprando a R$ 7,00 resulta em 1.428 ações.
Em vista disso é importante escolher bem suas ações pois em momentos de turbulência política ou econômica são criadas boas janelas de compras. Como diz Luiz Barsi Filho, um dos maiores investidores do Brasil, é poder "comprar boas empresas, a bons preços, que paguem bons dividendos." Mas como fazer a escolha de boas ações? Vamos para o próximo ponto.
A bolsa de valores brasileira, a B3, conta hoje com mais de 400 empresas listadas que representam os mais variados setores da economia, dentre eles o financeiro, saúde, elétrico, saneamento, bens industriais, varejo e outros mais. Então como se pode notar escolher ações em um universo amplo desse jeito pode ser um pouco complicado. Então como fazer?
Neste ponto eu adotei o método do grande investidor Luiz Barsi Filho que já investe há mais de 40 anos e com grande sucesso, que criou uma espécie de filtro setorizado, ou seja, escolha de ações de empresas por setores específicos do mercado. Ele deu o nome de B E S S T sigla de Bancos, Energia, Seguros Saneamento e Telecomunicações. Segundo ele tratam-se de setores muito resilientes e perenes São setores que praticamente são indispensáveis para o funcionamento de um país ou sociedade.
E de fato esses setores apresentam empresas muito boas, com fortes fundamentos, que são grandes pagadoras de dividendos que é o que importa para uma carteira previdenciária de ações. Geralmente são empresas já maduras com investimentos consolidados, posições no âmbito de atuação solidificados, e que agora têm boas margens para distribuição dos seus lucros para os acionistas.
Mas então qualquer empresa desses setores pode ser alvo de investimentos? A resposta para mim enquanto investidor é não. Mesmo dentro dos setores B E S S T é preciso estudar e analisar as empresas disponíveis para compra de ações. Eu por exemplo não compro ações de empresa de telecomunicações e não tenho em carteira nenhuma seguradora, pelo menos ainda não. Além do mais, em qualquer situação sempre haverá negócios ruins e negócios bons.
Assim como Barsi, Warren Buffet também tem um filtro parecido. Para ele o importante é encontrar uma empresa de qualidade, que seja simples e fácil de entender o negócio, que tenha um histórico operacional consistente e que tenha perspectivas favoráveis para o futuro dela, geralmente que estão no cotidiano das pessoas.
Assim, para mim, o filtro que utilizo é semelhante, ou seja, restringe a compra de empresas cujo funcionamento eu consigo entender e que estão ao meu alcance no dia a dia, das quais fazemos uso corriqueiro e pagamos boletos de consumo mensal. No setor de energia posso destacar empresas de transmissão e distribuição, tais como TAESA, ISA CTEEP, ALUPAR, CEMIG e COPEL; no setor financeiro os grandes bancos, como Banco do Brasil, ITAÚ e SANTANDER; no setor de saneamento temos a SANEPAR, SABESP e COPASA; setor de seguros destacam-se a PORTO, CAIXA Seguridade e a BB Seguridade. Ainda ligado ao nosso cotidiano, mas fora desses setores mais perenes, o setor de celulose e papel também é uma boa opção, como a KLABIN, IRANI e SUZANO. Como dito, são inúmeras empresas e cabe ao investidor escolher e estudar caso a caso. Saiba onde o seu dinheiro será investido. Lembre-se que comprar ações não é especular, e investir com mentalidade de sócio.
Aqui vai um ponto de atenção. Particularmente eu evito o setor varejista, aéreo e construção civil. São empresas que sofrem com muita concorrência e com baixa margem líquida de retornos, fazendo com que elas sofram mais em períodos de crise.
E não se deve levar em conta apenas isso, é preciso prestar atenção nos balanços trimestrais, nas notícias corporativas que envolvem essas empresas e por fim, mas não menos importante nos dados de fundamentos delas, nos indicadores que elas apresentam. Parece ser complicado, mas nem tanto. Hoje existem boas ferramentas online e gratuitas que fornecem esses dados, e suas médias históricas, que facilita entender um pouco a saúde financeira da empresa e condição da mesma estar ou não "barata" pelos seus múltiplos. Outra solução é a assinatura de casas de análise ou opiniões de analistas credenciados.
Aqui vou citar dois sites muito bons para ações e outros tipos de ativos também, que são o Status Invest e o Investidor10. Por lá pode-se encontrar uma grande quantidade de informações que podem nortear o investidor a escolher uma ação para investimento, verificando as condições da empresa. Outra medida interessante é o investidor procurar o setor de Relação com o Investidor da empresa para solicitar informações e se inscrever no sistema de malling para recebimento de informações e fatos relevantes. Basta pesquisar no Google o nome da empresa e "R I".
Feitas essas observações, existem alguns indicadores que merecem destaques ao se analisar os números das empresas. Vou destacá-los aqui como fonte de estudo: preço sobre lucro, preço sobre valor patrimonial, Dividend Yield, ROE, CAGR de Lucros, Divida Liquida sobre EBITDA, Margens Líquidas e Margem EBITDA. Naturalmente, não se pode considerá-los isoladamente, é preciso fazer uma leitura em conjunto.
Preço sobre Lucro. Está relacionado com o preço da ação com o lucro da empresa. O P/L pode ser visto como o número de anos necessários para que uma empresa devolva o valor do seu investimento inicial se os lucros se mantiverem constantes. Também pode ser utilizado para saber se a ação está subvalorizada ou sobrevalorizada. Na média alguns investidores e analistas entendem que um P/L de 10 é um bom indicador. Mas isso não é regra e pode variar principalmente entre setores. No meu caso entre 5 e 7 são bons P sobre L.
Preço sobre Valor Patrimonial. Outro indicador muito utilizado que permite verificar o preço de uma ação em relação ao valor do patrimônio líquido da empresa em determinado período. P/VP abaixo de 1 pode significar descontos. Exemplo: um P/VP em 0,8 significa que você pode estar comprando uma empresa que vale 100 por 80.
Dividend Yield. Talvez o mais famoso indicador e o mais verificado pelo investidor. São os rendimentos de dividendos que apontam a relação entre o dividendo pago por uma empresa e o preço de suas ações. É o meio de verificar a rentabilidade do ativo por meio dos dividendos pagos. Aqui muitos investidores erram porque escolhem ações somente olhando para o DY. Existem situações que podem ocasionar um DY alto demais, fora das médias para aquele ano em especial, devido a uma venda ou desinvestimento de uma empresa que gerou um volume de caixa anormal, o que acaba resultando em uma distribuição de dividendos muito maiores apenas para aquela ocasião. Por isso não se pode olhar de forma isolada para o DY. O ideal é fazer uma análise histórica dos proventos pagos nos últimos 5 anos para se constatar se a média é alta ou baixa. Pelo método Basin, o aceitável é um retorno anual de pelo menos 6% de Dividend Yield para uma empresa. Quanto maior a média, melhor.
ROE: (Return on Equity) Retorno sobre o Patrimônio Líquido da Empresa. Seu objetivo é medir a capacidade de geração de lucro de uma companhia com base no patrimônio que ela possui, ou seja, seu capital próprio. Um ROE de 15%, por exemplo, indica que, ao longo do ano, a empresa foi capaz de gerar R$ 15 de valor para cada R$ 100 de patrimônio líquido que ela possui. Então, quanto maior, melhor!
CAGR de Lucros: Taxa de Crescimento Anual Composta. É a taxa de retorno necessária para um investimento crescer de seu saldo inicial para o seu saldo final. Significa quanto a empresa está crescendo os seus lucros anualmente. Para Peter Lynch, um bom parâmetro é comparar o CAGR de Lucros com o P/L. De acordo com ele, o CAGR de Lucros tem que ser igual ou maior que o P/L. Quanto maior essa diferença, maior a probabilidade de sucesso no investimento.
Dívida Líquida sobre EBITDA. Esse indicador serve para analisar o índice de endividamento de uma empresa. Seu resultado demonstra o número de anos que uma empresa levaria para pagar sua dívida líquida no cenário em que o EBITDA permanece constante. EBITDA é uma sigla em inglês que significa lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização e está ligado à geração de caixa da empresa. É muito importante porque para o investidor iniciante é fundamental se manter afastado de empresas muito endividadas. Mas claro que existem exceções à regra, pois é comum no setor de transmissão de energia as empresas se alavancarem, gerar endividamento, para investir em seus projetos.
Margens Líquidas. Esse indicador nada mais é do que a indicação da porcentagem do lucro líquido que a empresa tem após sua operação, ou seja, receita versus despesas. Quanto maiores as margens líquidas, melhor! Margens superiores a 15% são o ideal.
Margem EBITDA. Como mencionado acima, a sigla EBITDA significa lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização e está ligada ao lucro operacional da empresa. É um indicador da geração de caixa das empresas; então quanto maior, melhor. Algumas empresas utilizam a margem EBITDA como métrica para pagamento de dividendos, como é o caso da KLABIN.
Tais considerações são importantes para o investidor começar a entender a análise e posteriormente escolher a ação na qual deseja investir seu capital. Outra classificação que ajuda e facilita esse processo de escolha é o tipo da ação. Basicamente podemos olhar para dois tipos: Ações de dividendos pois como o próprio nome sugere são as que pagam proventos com recorrência, já que estão mais "maduras", fazendo poucos investimentos. Ações de crescimento que são aquelas empresas que ainda não amadureceram suficientemente e reutilizam os lucros para reinvestimentos em seus negócios fazendo com que as empresas cresçam ainda mais e com isso acabam distribuindo pouco desse lucro em forma de proventos.
Ao meu ver, o ideal aqui para o iniciante é focar mais em empresas boas pagadoras de dividendos, mas não impedindo a análise e investimentos em empresas de crescimento. Embora essas últimas paguem menos proventos, existem boas margens de crescimento no valor das ações em si, que podem acabar resultando em expressivos ganhos de capital valorizando o patrimônio.
Mas aqui, é bom distinguir expectativa de crescimento com risco em ativos muito baratos que estão em recuperação judicial ou atravessando fases difíceis. Uma empresa barata demais em termos nominais da ação (preço da ação) não significa que crescerão. Podem se tratar de empresas de péssima qualidade que não trarão nenhum tipo de ganho para o investidor acionista. Um exemplo disso, na data da elaboração desse conteúdo, pode-se citar a Oi ou a Magazine Luiza.
O que se busca quando se investe em ações de dividendos e crescimento são empresas de qualidade com potencial de valorização e crescimento, e não "bitucas" de cigarro que perderam grandes valores por má gestão ou negócios naufragados.
Uma vez escolhidas a empresa para se investir, o que devo fazer? Bem, nesse ponto, para quem está começando, é bom escolher um número mais limitado de ativos. Uma quantidade muito grande como 10 ou 15 ações pode atrapalhar o investimento pulverizando a carteira. Penso que entre 4 a 6 empresas seria uma boa quantidade, dependendo do valor do aporte mensal.
Em caso de quantias mais modestas de aporte, vale a pena ter menos ativos ainda em carteira, na ordem de 2 a 4. Posteriormente, vá aumentando a quantidade. Diversificar é uma boa proteção para seus investimentos, mas pulverizar com número excessivo de ativos vai atrapalhar os retornos.
Montada a carteira de investimentos, o investidor iniciante precisa ter em mente que ele precisará ter muita paciência e disciplina para dar consistência à sua carteira de investimentos, de forma a fazer a bola de neve, os juros compostos, ir trabalhando com o tempo para você. E é aí que os dividendos entram, pois é por meio deles e dos seus aportes que a carteira renderá frutos futuros e crescerá.
Funciona assim: Como dito, quando se escolhe boas empresas que são boas pagadoras de dividendos, esses recebimentos periódicos funcionam como renda que irá alimentar a carteira. Quanto mais ações se compra, mais dividendos se recebe, fazendo assim o efeito bola de neve até a carteira atingir um nível de maturidade que se autossustentará ao ponto de poder gerar renda suficiente para cobrir suas despesas mensais e ainda sobrar.
Como já dito, esses dividendos são uma parte dos lucros que as empresas geram ao longo dos meses e anos e que periodicamente são distribuídos. Essas distribuições são feitas anualmente semestralmente quadrimestralmente ou ainda trimestralmente dependendo da política de dividendos que a empresa adota.
Esses anúncios são feitos ao mercado por meio de fatos relevantes nos quais a empresa explica como será feito, qual o valor aprovado para distribuição e as datas-com e datas de pagamento. Data-com é a data limite para o investidor possuir a ação sob a sua posse para ter direito ao recebimento do dividendo. Após essa data-com a ação é negociada ex-direitos ou seja sem direito a receber os proventos anunciados para aquela ocasião. Portanto é importante o investidor se atentar à data-com se ele quer ter direito a receber os proventos que foram anunciados.
Como já mencionado, os proventos podem ser distribuídos na forma de dividendos e/ou JCP. Uma diferença importante entre eles é que os dividendos não têm incidência de imposto de renda, pois são isentos, pelo menos até a data da elaboração deste conteúdo. Já o JCP tem incidência de IR, que é retido diretamente na fonte, com uma alíquota de 15%. Esses valores anunciados de proventos são depositados na data de pagamento divulgada pelas empresas, na conta da corretora onde o investidor realiza suas operações e onde suas ações estão custodiadas.
Não vou mentir, a fase inicial é difícil e lenta, o que pode gerar algumas incertezas para o investidor iniciante. Os aportes serão pequenos e o volume de dinheiro investido parecerá pouco. Os primeiros dividendos serão centavos, literalmente. Por exemplo, o primeiro dividendo que recebi foram R$0,18, isso mesmo, centavos!
A paciência e a disciplina recompensarão muito aquele que permanecer firme com o propósito de investir. Com o passar do tempo, essas quantias vão se multiplicando e, de repente, a mágica acontece e os dividendos recebidos começam a superar os valores aportados. Um pouco mais à frente, essa recorrência se tornará constante e, quando isso acontecer, o trabalho dos juros compostos estará a todo vapor e sua carteira de investimentos se sustentará sozinha, sem que você tenha que colocar dinheiro do seu bolso.
Um observação que eu faço é que o investidor deve girar menos possível a carteira, ou seja, evitar a troca excessiva de ativos. Charlie Munger dizia que o grande retorno não está na compra ou na venda, está na espera. Então, escolha suas ações e procure ir acumulando, de forma a crescer o seu patrimônio. A rentabilidade vem com o tempo.
Isso traz ao investidor uma sensação muito prazerosa, até mesmo de sucesso, gerando um ciclo virtuoso e um sentimento de prosperidade. Deixo aqui uma frase de John D. Rockefeller, grande empresário e um dos maiores investidores de seu tempo: "Você sabe a única coisa que me dá prazer? É ver meus dividendos chegando." Procure fazer o seu pé de meia, sua aposentadoria por meio de ações de boas empresas. Isso lhe trará segurança no futuro, sem contar que esse patrimônio será transferido a seus herdeiros.
Portanto, não perca tempo. Investimentos em ações quando bem elaborados e realizados com consciência se revelam seguros e podem trazer retornos maravilhosos, tanto em ganho de capital quanto em renda. Para isso, leia bastante, estude, procure entender sobre as empresas e suas áreas de atuação. Tenha paciência e disciplina para atravessar períodos de turbulência no mercado e os veja com bons pontos de investimento, comprando mais ações por preços mais baixos. Nos momento de alta do mercado, observe e desfrute o momento aproveitando para fazer caixa. Siga firme. Um grande abraço! #educaçãofinanceira #investimentos #finanças #ações